quinta-feira, 25 de abril de 2013

APRENDENDO "C"














Teatro - As três árvores


As três árvores
Narrador: Havia, no alto de uma montanha, três pequenas árvores que brincavam de sonhar o que seriam quando fossem grandes. A  primeira arvorezinha, olhando para as estrelas que brilhavam sobre ela como diamantes, disse:
1ª Árvore: - Eu quero guardar em mim um tesouro. Quero ser revestida de ouro e ficar cheinha de pedras preciosas. Quero se o baú mais lindo do mundo.
Narrador: a 2ª arvorezinha olhou para frente, vendo um córrego que deslizava para o oceano, desejou coisas grandiosas:
2ª Árvore: - Quero navegar por mares imensos e transportar reis e rainhas. Quero ser o navio mais forte do mundo!
Narrador: A 3ª arvorezinha olhou para baixo e viu toda a população trabalhando e disse:
3ª árvore: - Eu quero ficar no alto desta montanha. Quero ser a árvore mais alta do mundo! Quero crescer tanto que todas as pessoas, que olharem para mim, levantarão os olhos para o céu e pensarão em Deus.
Narradora: Passaram-se anos. Certo dia um lenhador com os olhos nada ecológicos subiu a montanha com o seu machado e disse:
Lenhador: Que maravilha encontrei três árvores. Com um golpe de meu machado reluzente derrubarei a 1ª árvore mais linda da montanha.
1ª árvore: Agora vou realizar o meu sonho. Serei transformada num lindo baú e guardarei, em mim, maravilhoso tesouro.
Lenhador: Esta 2ª árvore é perfeita para os meus planos derrubarei a mais forte da montanha.
2ª árvore: Agora vou navegar por imensas águas, transformada num luxuoso navio, para transportar reis e rainhas.
Lenhador: Como eu já derrubei duas árvores, qualquer tipo de árvore serve pra mim. Com um golpe de meu machado reluzente, derrubarei a 3ª árvore que é a mais alta da montanha.
3ª árvore: Estou sentindo um aperto em meu coração, pois o lenhador nem olhou para o céu. Eu gostaria de estar perto de Deus.
Narradora: As árvores foram levadas e entregues a três carpinteiros que as levaram para sua oficina. Estavam prontas para serem aquilo que sempre sonhavam ser. Mas os rudes carpinteiros disseram:
1º Carpinteiro:  transformarei a 1ª árvore em um cocho para animais.
(entra a árvore e a sua frente um cocho) (a árvore fica de lado) – entra a 1ª árvore.
2º Carpinteiro:  A segunda eu serrarei as tábuas e transformarei em um simples barco de pesca, que será levado para um lago.
(Alguém empurra o barco mais pra frente- perto do palco, como no teatro anterior)( árvore fica de lado)
3º Carpinteiro:  A 3ª árvore cortarei em grossas vigas e a colocarei num depósito (carpinteiro entra e as coloca do lado)
3ª árvore:  O que aconteceu? Tudo o que sempre quis foi ficar no alto da montanha e apontar para Deus.
Porque, me cortaram e fizeram uma cruz?
Narradora: dias e noites se passaram. As 3 árvores esqueceram completamente seus sonhos.
Mas certa noite, uma estrela derramou sua luz sobre a 1ª árvore (Entra a estrela e joga papel dourado e picado sobre a estrela.) quando uma jovem mulher colocou seu bebê no cocho.
Estrela:  Vim trazer luz para vocês, neste cocho.
(entra Maria e José – e Maria coloca a nenê no cocho)
José: Gostaria de poder fazer um berço para Ele.
Maria: Essa manjedoura é linda!
1ª Árvore: Percebi que estou contendo o maior tesouro do mundo.
Narradora: Num fim de tarde, um viajante cansado e seus amigos  (Entra Jesus e 2 discípulos) entraram no barco de pesca. O viajante adormeceu, enquanto a 2ª árvore navegava silenciosamente lago adentro. Mas, de repente sobreveio uma tempestade com trovões e relâmpagos (barulho de chuva com trovões e raios) O pequeno barco estremeceu (alguém balança o barco). Ele sabia que não teria forças para transportar, com segurança, pois não conseguia vencer a fúria do vento. (Barulho de chuva)
O homem cansado . Levantou-se, ergueu sua mão e disse: -
Jesus: Paz!
Narradora: A tempestade parou rapidamente.
2ª árvore: Nossa! Estou transportando o rei do céu e da terra.
Narradora: Na manhã de sexta feira as vigas se assustaram quando foram carregadas através de uma multidão enfurecida e gozadora (Entra a árvore com uma cruz) Estremeceu quando soldados pregaram as mãos de um homem. Nesse momento a 3ª árvore disse:
3ª árvore: Estou me sentindo feia, agressiva e cruel.
Narrador: Na manha de domingo quando o sol nascia (entra o sol) e a terra vibrava com tanta luz (acende-se mais uma luz) a 3ª árvore disse:
3ª árvore: agora entendi! Percebi que o amor de Deus mudou as coisas. Pois todas as pessoas que se lembrarem de mim, pensarão em Deus. Essa mudança, sem dúvida, foi mil vezes melhor do que ser apenas a árvore mais alta do mundo.




























Atividades Rotineiras








A COLCHA DE RETALHOS
Conceil Corrêa da Silva
Nye Ribeiro Silva
Editora do Brasil

Nos finais de semana Felipe vai para a casa da vovó. É uma delícia!
Vovó sabe fazer bolo de chocolate, brigadeiro, bala de coco, pão de queijo... enfim, sabe fazer tudo que Felipe gosta. E lá não tem esse negócio de “hora de comer isso, hora de comer aquilo...hora de brincar, hora de dormir...”
Vovó sabe contar histórias como ninguém.
- Conta mais uma, vovó. Só mais uma!
Vovó coloca os óculos bem na ponta do nariz, faz uma cara engraçada e fala bem fininho e fraquinho, imitando a voz da Chapeuzinho Vermelho, e bem grosso e forte, imitando a voz do lobo mau. Ah! Quem é que não gosta de uma vovozinha assim?
Um dia, quando Felipe chegou à casa da vovó, encontrou uma porção de pedaços de tecidos espalhados pelo chão, perto da máquina de costura onde ela estava trabalhando.
- O que é isso, vovó?
- São retalhos, Felipe. Fui juntando os pedaços de pano que sobravam das minhas costuras e, agora, já dá para fazer uma colcha de retalhos. Vou começar a emendá-los hoje mesmo.
- Posso ajudar, vovó?
- Está bem. Então vá separando os retalhos para mim. Primeiro só os de bolinha, depois os de listrinhas...
Felipe esparramou tudo pelo chão e foi separando-os um a um. Tinha pano de florzinha, de lua e estrela, de bolinha grande e bolinha pequena, listrado, xadrez...
- Olha esse pano listrado, é daquele pijama que você fez para mim quando a gente passou aqueles dias no sítio, lembra?
- É mesmo Felipe, estou me lembrando. Que férias gostosas! Andamos a cavalo, chupamos jabuticaba... As jabuticabeiras estavam carregadinhas!
- E olhe esse pano xadrez, que bonito vovó!
- É daquela camisa que eu fiz para você dar ao seu pai, no dia do aniversário dele. Sua mãe fez um jantar gostoso e convidou todo mundo.
- Ah! Eu me lembro! Veio o tio Paulo, o tio João, a tia Josefina, veio a Cecília e até o Rex, para brincar com o meu cachorro, Apolo. Parece que um deles fez xixi na cozinha e o outro fez cocô no quintal, né?
- Seu pai ficou tão bonito! E assoprou as velinhas, todo vaidoso, de camisa nova.
- É mesmo! Mas ficou bravo com os cachorros.
- Olha, Felipe esse retalho aqui. Não é daquele vestido que eu fiz para a sua mãe ir a uma festa  de casamento? Sabe, quando a sua mãe era pequena eu fazia uma porção de vestidos para ela. E gostava também de bordá-los. Uma vez fiz um vestido cor-de-rosa, inteirinho bordado com a branca de neve e os sete anões. Quando o vestido ficou pronto, ela falou assim:
- Ué, mamãe, está faltando a bruxa!
- Vovó, esse pano azul-marinho está com a cara da Vó Maria.
- Era dela mesmo!
- Vovó Maria mora lá no céu, né? Junto com o vovô Luiz e o meu cachorrinho Apolo... Ué, vovó, você está chorando? O que aconteceu?
- Não, - disse a vovó fungando e limpando o nariz com o lenço – não estou chorando, não.
- Ah! Vovó! Vice não disse que nós somos amigos? Então, me conta o que está acontecendo. Você está triste?
- É saudade, Felipe! É a saudade...
- Saudade dói, vovó?
- às vezes dói. Quando a saudade é de alguém que já foi embora para nunca mais voltar...
- Ah!
- Mas existem outras saudades: de um passeio gostoso, de uma viagem, de uma festa, de um amigo, de uma amiga, de um parente que mora longe...
-Vovó, acho que eu ainda não entendo nada de saudade.
- Eu sei. A gente só entende bem das coisas que já experimentou. Talvez ainda seja muito cedo para você entender dessas coisas...Felipe, me ajuda aqui. Vamos ver como é que está ficando a nossa colcha de retalhos!
- Que bonita, vovó! Um dia você faz uma para mim também?
Depois de algum tempo, Felipe nem se lembrava mais da colcha de retalhos. Um dia, ao voltar da escola...
- Felipe! A vovó mandou uma surpresa para você!
- Uma surpresa para mim? Onde?
- Está lá em cima da sua cama.
Felipe entrou no quarto correndo. A colcha estava sobre a sua cama. Que linda! Mas não era uma colcha como essas que se vende, nas lojas. Cada retalhinho tinha uma história.
Ali, deitado sobre a colcha, Felipe passou algum tempo lembrando-se de uma porção de histórias. Observou um retalho de brim azul...
- Foi quando o papai e a mamãe viajaram de férias e eu fiquei lá na casa da vovó. Um dia, fui subir na jabuticabeira e levei o maior tombo. Ralei o joelho, fiquei com o bumbum dolorido e o short rasgado... que vergonha! Vovó veio correndo lá de dentro. Me pegou no colo com carinho e, depois, nesse mesmo dia, resolveu fazer um short novo para mim. E fez um short deste pano aqui, de brim azul.
De repente, Felipe começou a sentir uma coisa estranha dentro do peito. E aquilo foi aumentando, aumentando... Felipe foi atrás de sua mãe :
- Me leva na casa da vovó?
Não demorou nada e os dois estavam chegando lá na casa da vovó. Tocaram a campainha e ela veio lá de dentro.
- Parece que eu estava adivinhando que você vinha. Fiz um bolo de chocolate, do jeito que você gosta!
- Vovó, vem aqui pertinho. Agora me dá um abraço bem gostoso!
- Aconteceu alguma coisa, Felipe?
- Sabe, vovó... – cochichou Felipe, bem baixinho, no seu ouvido – preciso te contar um segredo: eu acho que já entendi... agora já sei o que é saudade!